Orientando o paciente: câncer de boca

 

O departamento de saúde bucal da Fundação Municipal de Saúde, por meio do Dr. Luis Fernando Cerri, esclarece a população sobre os principais questionamentos da comunidade quando o assunto é câncer bucal.

Através das dúvidas mais freqüentes, o dentista orienta sobre como proceder em relação à doença.

 

O que é o câncer bucal?

É um tipo de câncer que geralmente ocorre nos lábios (mais frequentemente no lábio inferior), dentro da boca, na parte posterior da garganta, nas amígdalas ou nas glândulas salivares. É mais frequente em homens do que em mulheres e atinge principalmente pessoas com mais de 40 anos de idade. O fumo, combinado com o excesso de bebida alcóolica, é um dos principais fatores de risco.


Se não for detectado de maneira precoce, o câncer bucal pode exigir tratamentos que vão da cirurgia (para a sua remoção) à radioterapia ou quimioterapia. Este câncer pode ser fatal, com uma taxa de sobrevivência de cinco anos de 50%. Uma das razões pelas quais este prognóstico é tão negativo é o fato de que os primeiros sintomas não serem reconhecidos logo. O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento.

Quais os sintomas deste tipo de câncer?

Nem sempre é possível visualizar os primeiros sinais que indicam a existência do câncer bucal, o que aumenta a importância das consultas regulares com o dentista ou o médico. Os dentistas são preparados para detectar os primeiros sinais do câncer bucal. Contudo, além das consultas regulares, é preciso que se avise o dentista ao se perceber qualquer dos sinais abaixo:

- Ferida nos lábios, gengiva ou no interior da boca, que sangra facilmente e não parece melhorar;
- Um caroço ou inchaço na bochecha que você sente ao passar a língua;
- Perda de sensibilidade ou sensação de dormência em qualquer parte da boca;
- Manchas brancas ou vermelhas na gengiva, língua ou qualquer outra parte da boca;
- Dificuldade para mastigar ou para engolir;
- Dor sem razão aparente ou sensação de ter algo preso na garganta;
- Inchaço que impede a adaptação correta da dentadura.
- Mudança na voz.

Como evitar o câncer bucal?

Quem não fuma nem masca tabaco, não deve começar a fazê-lo. O uso do tabaco é responsável por 80 a 90% das causas de câncer bucal.

Fumo - A ligação entre o fumo, o câncer pulmonar e as doenças cardíacas já foi estabelecida. O fumo também afeta a saúde geral, tornando mais difícil o combate a infecções e a reparação de ferimentos ou de cirurgias. Em adultos jovens, este hábito pode retardar o crescimento e dificultar o desenvolvimento. Muitos fumantes afirmam não sentir mais o odor ou sabor tão bem como antes. O fumo também pode causar mau hálito e manchar os dentes.

A saúde bucal está em perigo cada vez que se acende um cigarro, um charuto ou um cachimbo. Com esta atitude, as chances de desenvolver câncer na laringe, na boca, na garganta e no esôfago aumentam. Como muitas pessoas não notam ou simplesmente ignoram os sintomas iniciais, o câncer bucal muitas vezes se espalha antes de ser detectado.

Mascar tabaco - O hábito de mascar tabaco eleva em 50 vezes a possibilidade de se desenvolver o câncer bucal.

O melhor a se fazer é não fumar nem usar quaisquer outros produtos derivados do tabaco. Quando uma pessoa para de usar esses produtos, mesmo depois de vários anos de consumo, o risco de contrair câncer bucal cai significativamente. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas também aumenta o risco de câncer bucal. A combinação fumo/álcool torna esse risco ainda muito maior.

Como se trata o câncer bucal?

Depois do diagnóstico, uma equipe de especialistas (que inclui um cirurgião dentista) desenvolve um plano de tratamento especial para cada paciente. Quase sempre a cirurgia é indispensável, seguida de um tratamento de radio ou quimioterapia. É essencial entrar em contato com um profissional que esteja familiarizado com as mudanças produzidas na boca por essas terapias.

Que efeitos colaterais a radioterapia produz na boca?

Quando a radioterapia é usada na área de cabeça e pescoço, muitas pessoas experimentam irritação ou ressecamento da boca, dificuldade de deglutir e perda do paladar. A radiação também aumenta o risco de cáries e, por isso, é muito mais importante cuidar bem da boca e da garganta neste período.

É preciso conversar com o dentista e o médico oncologista sobre os problemas bucais que se pode ter durante ou depois do tratamento. Antes de começar a radioterapia, é preciso discutir com o dentista os possíveis efeitos colaterais e a forma de evitá-los.

Como manter a saúde bucal durante a terapia?

Usar uma escova macia depois das refeições e fio dental diariamente. Evitar condimentos e alimentos ásperos como vegetais crus, nozes e biscoitos secos. Evitar o fumo e o álcool. Para não ficar com a boca seca, os doces e chicletes não devem conter açúcar.

Antes de começar a radioterapia, consultar o dentista e fazer uma revisão completa dos dentes, pedir para o dentista para conversar com o oncologista.