Núcleo de Educação em Saúde
Para compreendermos a Política de Educação Permanente em Saúde precisamos buscar na história respostas para algumas indagações. Por que a preocupação com a Educação na Saúde? Qual é o conceito de saúde que os trabalhadores e a população têm internalizados? Por que a preocupação com a formação e o desenvolvimento dos profissionais e trabalhadores da saúde? Por que a preocupação com a crescente necessidade de transformar algumas práticas na saúde, de redirecionar o modelo de atenção, de utilizar como espaço de aprendizagem o próprio local de trabalho? Este último não significa transformar a unidade de saúde em sala de aula, modelo tradicional de educação, mas de transformar os espaços onde os atores (trabalhadores, gestores e usuários) realizam as suas ações no lugar onde ocorrerá o exercício permanente de análise da realidade, reflexão, discussão construtiva e contextualizada, planejamento e construção de estratégias inovadoras e principalmente singulares, diante da enorme diversidade cultural, econômica e social na qual cada unidade está inserida.
A Educação Permanente em Saúde propõe o pensamento crítico como indispensável para a mudança das práticas.
Paulo Freire
"foi um exemplo de educador de outros mundos possíveis."
Desalienar, sonhar, valorizar a diversidade, conviver com a diferença,
colocar a qualidade humana além do capital, ter uma formação
crítica, ser capaz analisar e refletir sobre a realidade de forma crítica,
construtiva e criativa, buscar autonomia e encontrar o lugar na história,
romper com os paradigmas vigentes e conscientizar para a mudança são
verbos conjugados em todas as pessoas quando pensamos em educar para outros
mundos possíveis, quando pensamos que a estagnação
e as queixas não irão produzir a mudança, desejo inerente
a cada ser humano.
"Estar atento significa estar disponível ao espanto. Sem espanto não há ciência, não há criação artística. O espanto é um momento do processo de pesquisa, de busca. Essa postura de abertura ao espanto é uma exigência fundamental ao educador e à educadora. [...] O espanto não é o medo que ele tem nem é coisa de ignorante. O espanto revela a busca do saber." (Paulo Freire)
A Portaria No 198/GM/MS, de 13 de fevereiro de 2004, institui a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde como estratégia do Sistema Único de Saúde para a formação e o desenvolvimento de trabalhadores para o setor da saúde.
O Ministério da Saúde assume a Educação Permanente como diretriz. Reconhece a importância do potencial educativo no processo de trabalho para a sua transformação; busca a melhoria da qualidade do cuidado; a capacidade de comunicação; o controle social e o compromisso social entre as equipes.
NES
"Democracia
é oportunizar a todos o mesmo ponto de partida. Quanto ao ponto de
chegada, depende de cada um."
Fernando Sabino.
SUS - Sistema Único de Saúde