VETORES

Aedes aegypti X Aedes albopictus (diferenças)

 

Aedes aegypti

            Considerado uma das espécies de mosquito mais difundidas no planeta pela Agência Europeia para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), o Aedes aegypti – nome que significa "odioso do Egito" – é combatido no País desde o início do século passado.

            O mosquito da dengue, muito parecido com o pernilongo, é menor que um mosquito comum (5 a 7 milímetros), de cor escura, rajado, com listras brancas no corpo e nas patas. Chama-se Aedes aegypti, por ter sido identificado no Egito. O nome significa "o odioso do Egito" por causa disso.

            Aedes (Stegomyia) aegypti (aēdēs do grego "odioso" e ægypti do latim "do Egipto") é a nomenclatura taxonômica para o mosquito que é popularmente conhecido como mosquito da dengue ou pernilongo rajado. É uma espécie de mosquito da família Culicidae proveniente de África, atualmente distribuído por quase todo o mundo, com ocorrência nas regiões tropicais e subtropicais, sendo dependente da concentração humana no local para se estabelecer.

            O mosquito está bem adaptado a zonas urbanas, mais precisamente ao domicílio humano, onde consegue reproduzir se e pôr os seus ovos em pequenas quantidades de água limpa, isto é, pobres em matéria orgânica em decomposição e sais (que confeririam características ácidas à água), que preferivelmente estejam sombreados e no peridomicílio. As fêmeas, para realizar hematofagia, podem percorrer até 2 500 m. Curiosamente, somente a fêmea precisa do sangue humano para seu desenvolvimento; o macho alimenta-se de frutas. Portanto, somente as fêmeas irão transmitir a dengue.

            Normalmente, o Aedes aegypti ataca somente durante o dia, geralmente de manhã ou no final da tarde.

            Aedes aegypti é um mosquito urbano, embora já tenha sido encontrado na zona rural. Acredita-se, porém, que para lá tenha sido levado em recipientes que continham ovos ou larvas. Próprio das regiões tropical e subtropical, não resiste a baixas temperaturas nem a altitudes elevadas. Desenvolve-se por metamorfose completa. Seu ciclo de vida, portanto, compreende quatro fases: ovo, larva, pupa e adulto.

            Estudos demonstram que, uma vez infectada e isso pode ocorrer numa única inseminação, a fêmea transmitirá o vírus por toda a vida, havendo a possibilidade de pelo menos parte de suas descendentes já nascerem portadoras do vírus.

            É considerado vetor de doenças graves como o dengue, a febre amarela, a febre zika e a chikungunya e, por isso mesmo, o controle das suas populações é considerado assunto de saúde pública.

Aedes albopictus

 

            Aedes albopictus é outro transmissor potencial do vírus da dengue. A importância do mosquito do gênero Aedes está relacionada com o fato de grande parte de seus representantes estarem envolvidos na transmissão de patógenos ao homem. O Ae. aegypti é considerada o único vetor do arbovírus da dengue nas Américas, enquanto o Ae. albopictus, apesar de não possuir papel relevante como vetor de arbovírus no Brasil, mostrou-se capaz de infectar-se e transmitir o vírus DEN-2 da dengue, febre amarela e vírus da encefalite equina venezuelana. A isto se acrescenta o registro de um único vírus do dengue pertencente ao sorotipo 1 (DEN-1) numa larva de Ae. albopictus de Campos Altos – MG.

            O mais importante vetor de dengue é o Aedes aegypti. O Aedes albopictus é um vetor de importância secundária na Ásia; contudo, em algumas áreas da Indonésia, têm ocorrido surtos com frequência, nas partes rurais do país, onde o Ae. albopictus é a espécie predominante.

            O Ae.albopictus tem origem asiática, daí a denominação "Tigre Asiático". A sua distribuição original incluía o sudeste do continente asiático, sendo considerado autóctone das regiões  da Ásia Oriental, Australásia, Oceania e Paleoártica. Entretanto, o comércio internacional de pneus usados tem facilitado a disseminação da espécie que atingiu localidades distantes de seu centro de origem, como a América do Norte e do Sul, África, Europa Meridional, bem como algumas ilhas do Pacífico e Havaí. Nesta última região, a espécie se estabeleceu no século XIX, tendo se dispersado para outros locais pelo incremento das trocas comerciais e facilidades dos meios de transporte.

            O A. albopictus, tem o potencial de se dispersar em diversos habitats, tanto na zona rural como na urbana, e sua presença nessas áreas evidencia a dispersão do ambiente silvestre para o urbano. As duas espécies podem coexistir na mesma região e utilizar criadouros de características semelhantes. Colonizam rapidamente locais onde as condições são favoráveis para sua proliferação e, embora as fêmeas não percorram grandes distâncias, sua dispersão é rápida dependendo da disponibilidade de sítios para oviposição.

            O homem é sua vitima mais frequente junto com as aves e tem distribuição ainda esta ligada a população humana, habitando preferivelmente no peridomicílio do domicilio humano, tendo facilidade de se espalhar para o ambiente rural, semirural e  silvestre, mas sua população é independente da grande densidade humana. A formas imaturas do Ae. albopictus desenvolvem se em criadouros de vários tipos (água contida em buracos em pedras, bambus, bromélias, latas, pneus etc.).

            Seu ciclo evolutivo é semelhante ao do Aedes aegypti e alimenta-se de sangue humano ou de qualquer outro animal e é mais resistente ao frio que o Aedes aegypti. Essa capacidade para adaptar-se, torna seu combate mais difícil do que o do Ae.aegypti.

 

Comparação da Classificação Científica

Classificação Científica

Aedes aegypti

Aedes albopictus

Reino

Animalia

Animalia

Filo

Arthropoda

Arthropoda

Classe

Insecta

Insecta

Ordem

Diptera

Diptera

Familia

Culicidae

Culicidae

Gênero

Aedes

Aedes

Espécie

Ae.aegypti

Ae.Albopictus

 

            A Tabela[1] apresenta resumidamente o que é conhecido a este respeito sobre as doenças causadas pelos vetores Ae.aegypti e Ae.albopictus.

pathogen: patogeno: causador da doença. location: Localização . Comments: comentários. Reference: referência bibliográfica

 

 

                                                                      Abaixo, diferenças visuais entre os dois vetores:

 

Aedes aegypti e albopictus.jpg



[1] HUANG, Yiau-Min, 1979. Medical entomology studies – XI. The subgenus Stegomyia of Aedes in the Oriental Region with keys to the species (Diptera: Culicidae). (Contributions of the American Entomological Institute).Vol.15, Number 6: p.9-12.